domingo, 19 de agosto de 2012

Sem mais

Aliterações de sons silenciosos

Metáfora de mim mesma

Pleonasmo do meu querer exagerado

Eufemismo maquiado do meu próprio eu

Oculto.

Porém real, quase uma elipse sentimental.


 Inverte-me concomitantemente ao teu querer InCeRtO.

Perífrase de tudo, de nada, do amor.


Frases pobres        rimas frágeis      palavras soltas     figuras repetidas.

I l u s õ e s.

Calor ameno. Olhar intenso. Medo corajoso.


 Atirei-me pra bem longe daqui...

Pra perto de lá.

 Onde talvez me encontre ao te ver passar, com teu olhar eloquente. Personificação do teu eu.

Tua alma física.

,convencional                                                                                                        .Jamais

Tendência sedutora de subsistir. Reminiscência NOTÓRIA.

Lá...

 Acalma-me

 Me confunde

Permite-me ser

Sem secar.
Sem fingir.
Sem querer.

Sem mais.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Introspecção


São?


Não... Creio que não.


Senão são, qual passo dão?


Estão.


Quão?


Imersos em sua introspecção


Um dia serão?


Não, nunca são. Apenas estão, acorrentados em sua introspecção.


Medos viverão?


Tanto os que são quanto os que estão!


Solta da minha mão?


Não. Sou tua causa, tua fuga, tua razão.

A cor do amor


O amor é líquido.
 Escorre quase que instantaneamente, pelo lábio sedento.
 Porém hidrata, ainda que em seu súbito trajeto.
Será o amor finito?
Finito. Aflito. Alheio.
O amor é abstrato, sem traços definidos.
Irregular. Confuso. Um esboço de nada, ou de tudo.
Bizarro. Utópico. Vital.
Amor: sentimento intrínseco ao demais.
Ama-se quando se odeia. Se vive.  Se perde.
Ama-se tudo, e ama-se nada.
Na verdade acho que o amor é a alma do avesso.
Será o amor palpável?
Toques. Sensações. Imaginação.
O amor é sonho e fuga – acho que o amor é carnal.
Amor.  Será ele insípido?
Amargo, doce?
Talvez tenha sabor de lágrimas – ou não.
 

Gostaria de sentir seu cheiro...

 Andei pensando que o amor é incolor,
Pois ama-se no escuro. Ou será ele colorido?
Mas não. Tenho certeza que o amor é verde!

Felicidade


E se ser feliz for apenas se acostumar à tristeza?



E se nunca passar?



E se passar pra sempre?   

Estranhamente Eu



E era assim... um romântico patético, que preferiu acreditar em uma felicidade inventada, como seu próprio eu. Que é a vida senão mera tentativa frustrada de romper a dicotomia entre o bem e o mal de si mesmo?

O medo há de existir quando não mais sentir medo. A dor é a materialização do sentir, e o sentir é o que nos mantém vivos.

E era assim... um ser dotado de uma esquizofrenia doce. São de não estar são. As palavras insistiam em registrar suas angústias mais intimas, seus medos mais profundos e sua tola felicidade efêmera. Ah! A realidade é complexa demais para sua simplicidade mental, ou o inverso.

E era assim... só dúvidas, contradições. Uma verdadeira ambiguidade sentimental ambulante, que buscava o equilíbrio também inventado. A vida é a constante invenção do querer, e o querer é condicionado pelo não ter. Passa-se a vida á procura do que não se tem. Buscam-se flores, poesia, medo e sombra. Os dias são a marca humana do perder-se. Quando se tenta encontrar, mais se aprofunda em perder. Sonhar é requisito pra sobrevivência, e morrer a única certeza que dotamos. Todo resto é interrogação, incógnitas, mera encruzilhada do acaso. O acaso é incerto, e esse corrói, mata, destrói paulatinamente enquanto se vive (ou se morre), no entanto é ele que nos permite virar os dias, semanas, anos e décadas. Quão pesado seria ter a certeza de que o incerto é certo. Imutável. Irreversível.

E era assim... estranhamente eu. Dotado de incontáveis e estranhas contradições sentimentais, tentando enxergar brilho no escuro, poesia em sombra. À procura do incerto já certo. As palavras eram assim, seu elo com seu próprio eu e as coisas do mundo, que curam, acalmam, mas destroem concomitantemente.

E era assim... experimental de sentimentos ocultos, que insistiam em ganhar vida. Vida inventada, arbitrária, irreal. O oculto da vida sempre esteve por detrás do olhar triste, e do lábio sorridente. É medo, dor, sombra. Porém é brilho. É luz. Já que a dor nos caracteriza vivos, ela só há de existir, quando houver algum resquício do “ser” não só do “estar”, preso ao mundo ao qual não se pertence.