sábado, 1 de dezembro de 2012

Alusão ao medo


Tentaram calar minha voz, manter-me morto ainda em vida.

Olhei pra tudo, sem enxergar nada.
Tamanha contradição ofuscou-me a visão. Cegou-me da verdade.

Amarram meus braços, bloquearam minhas pernas para que não mais lutasse, ainda que com força fraca.

Impediram-me de sentir.

Restauração inacabada do pensar. Ilusões aleatórias. Eloquência sufocada. Alusão ao medo. Manejo arbitrário da alma.

Impediram-me de querer.

Exílio de meu próprio existir.
Desejo de me perder a me encontrar  mentirosamente.

Grito silencioso de dor não mais doída. Coerção de sentimentos.

Alienaram-me.

Morri com coração pulsante.